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Preço da maçã despenca e produtor amarga com a crise na melhor safra de todas

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Maçã de São Joaquim, a melhor do Brasil

Os produtores de maçã da região de São Joaquim foram surpreendidos na tarde desta última segunda-feira (07) quando a empresa Fischer lançou o preço da maçã gala a ser paga para os produtores: apenas R$ 1,30 para a CAT 1 Graúda, R$ 1,10 para a CAT 1, R$ 0,85 centavos para a CAT 2 e 0,45 centavos para a CAT 3.


A maçã estava no paraíso, vivendo um momento de glória com uma safra recorde e uma qualidade surpreendente, com propaganda na Rede Globo na Agrotech e a expectativa de valor de R$ 2,00 o quilo da CAT 1, mas toda esta expectativa começou a se transformar em um inferno astral depois que os primeiros compradores começaram a divulgar o preço da maçã de forma decepcionante aos produtores.


A empresa evidenciou uma queda redundante no mercado que ocasional a queda no preço em relação ao ano passado, mas não considera um preço baixo em relação atual situação de crise no mercado.


-“Não achamos que o preço está baixo, pois esta é realidade atual. O mercado tá parado, não ta vendendo nada! E não é só a maçã é todos os produtos, o preço baixou para todos. Infelizmente é a lei da oferta e da procura e o consumidor está comprando menos, por isso essa diminuição no preço em relação ao ano passado, mas em relação a atual situação do mercado este é o preço praticável. Sabemos também das dificuldades do produtor, muitos esperaram quem pudesse ir comprar nos bins, mas o pessoal também se retraiu.” Explicou o supervisor administrativo da empresa Fischer Cláudio ferreira.


Veja a variação em relação à 2016 da empresa Fischer segundo a AMAP:
Preços da Maçã Gala – Empresa Fischer 
2016                                   2017
CAT 1 Extra R$ 2,70            CAT 1 Extra    R$ 1,30
CAT 1          R$ 1,70           CAT 1    R$ 1,10
CAT 1          R$ 1,30           CAT 2    R$ 0,85
CAT 3          R$ 0,60           CAT 3    R$ 0,45

Fonte: AMAP
 
A empresa Fischer foi a primeira empresa compradora de maçã a divulgar o preço pago ao produtor e tradicionalmente as outras empresas tendem a praticar preços similares ao que foi difundido pela Fischer.


Muitos ainda estão tentando entender o que está acontecendo com o mercado, inclusive as empresas que registraram uma notável queda nas vendas em todas as capitais do Brasil.


Somente em São Joaquim houve um aumento de quase 100.000 toneladas de maçã em relação à 2016 e com a queda nas vendas a saturação de armazenagem nas câmara frias tem se tornado outro fator de incômodo tanto para as empresas quanto para o produtor.
Alguns produtores que não possuem Câmaras frias ainda podem represar a maçã nos galpões de estocagem a frio esperando melhorias no mercado, mas os que não possuem são obrigados a entregar para empresas de processamento e armazenagem e não há muito o que fazer, pois a situação é mais difícil ainda.


Teve ainda as empresas que pagaram valores adiantados aos produtores e que também terão dificuldades para distribuir a maçã com o mercado praticamente parado.


A AMAP – Associação dos Produtores de Maçã e Pera de Santa Catarina deverá convocar uma reunião para debater o assunto.
Enfim, somente em São Joaquim a cidade maior produção de maçã do Brasil teve uma safra de cerca de 350.000 toneladas em 2017, com umas das melhores qualidades de frutos já apresentada nos últimos anos e que agora terá sua economia afetada por esta retração das vendas.


Aos produtores restou a pergunta: O mercado brasileiro estaria sendo justo com os produtores depois de tanta dedicação e empenho em prol da melhor safra de todas?

Artur Hugen, com informações da Agência São Joaquim Online