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Senado terá participação ativa no Fórum Mundial da Água, em Brasília

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Pela primeira vez na América do Sul, evento acontece em Brasília. As Nações Unidas estimam que, em 2025, 1,8 bilhão de pessoas estejam vivendo em regiões com grave escassez de água

O Senado terá participação ativa no 8º Fórum Mundial da Água, a ser realizado em Brasília de 18 a 23 de março. Na ultima semana, foi realizada uma sessão temática de debates sobre o tema e instalada uma subcomissão temporária para acompanhar o evento internacional. O colegiado vai funcionar no âmbito da Comissão de Relações Exteriores  e Defesa Nacional (CRE).

O presidente do Senado, Eunício Oliveira, lembrou que, desde 1997, os maiores especialistas em recursos hídricos se reúnem para elaborar propostas e compromissos sobre a gestão da água. E, pela primeira vez, o encontro será realizado na America do sul, graças, segundo ele, ao esforço conjunto dos setores público e privado, da academia e de um grupo de parlamentares.

— A gestão hídrica é dos temas multidisciplinares que necessitam de contribuição vinda das mais variadas fontes: cientistas, políticos, líderes comunitários e agricultores, para que possamos nos preparar para eventuais crises, como as que enfrentamos há décadas no Brasil. E não apenas na região mais árida do Nordeste — afirmou.

O presidente da CRE, Fernando Collor (PTC-AL), destacou que o Fórum vai receber mais de 40 mil pessoas de 100 diferentes países para mais de 200 sessões de debates, dando a importância que o tema água — "o petróleo do século 21" — merece.

— O evento tem importância ainda maior pela alarmante crise hídrica global. Não restam mais dúvidas de que a água, muito em breve, será o petróleo do século 21, com todas consequências que isso deverá trazer no ambiente das relações internacionais, e mesmo da segurança nacional — afirmou.

Encontro de parlamentares

O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), lembrou o  longo caminho percorrido por Brasília até conquistar o direito de abrigar o Fórum, vencendo a concorrência com Copenhagen, na Dinamarca.

Ele aproveitou para destacar atividades importantes agendadas para a capital federal, entre elas, três grandes encontros: um de parlamentares de todo o mundo; um de juristas, para debate sobre o direito de todos sobre a água; e um de governadores que convivem com diferentes realidades em relação aos recursos hídricos.

O senador licenciado e ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), afirmou que seu ministério tem participado da organização do evento especialmente na mobilização do segmento político. Segundo ele, o Brasil é hoje um país que se orgulha de ter políticas sustentáveis e de cuidar do seu ambiente.

— Eu penso que o ponto inaugural dessa inserção foi exatamente a Conferência Rio 92, de iniciativa do presidente à época Fernando Collor. Essa conferência contribuiu imensamente para que o Brasil fosse hoje considerado uma potência ambiental no mundo, apesar de muita desinformação, desinformação muitas vezes movida por determinados interesses — afirmou.

Subcomissão

A subcomissão temporária que vai acompanhar o Fórum Mundial vai ser presidida pelo senador Jorge Viana (PT-AC), eleito por aclamação. Na opinião dele, água e fome são das questões mais desafiadoras para o país.

— As Nações Unidas estimam que, em 2025, 1,8 bilhão de pessoas estejam vivendo em regiões com grave escassez de água. O meu estado está vivendo um problema. Brasília está vivendo o racionamento. Os números são terríveis. A previsão futura é terrível. Estamos querendo evitar que a temperatura do planeta mude. Por que ela muda? Porque  temos uma intervenção humana que desequilibrou, e o veículo desse desequilíbrio é a água. As chuvas ou a falta delas faz com que tenhamos temperaturas diferentes. E é disso que nós estamos falando quando estamos discutindo o Fórum Mundial — afirmou Jorge Viana.

Artur Hugen, com Agência Senado/Fotos: Divulgação