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Sindicato identifica oportunidades de negócio para o setor em visita a centros de pesquisa e desenvolvimento em São Paulo

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O segredo consiste em aditivar o polipropileno biorientado (BOPP) das embalagens descartadas de batatas fritas, nachos e outras guloseimas com partículas de grafeno

A reciclagem dos pacotes de salgadinho consumidos aos milhões todos os dias, ao redor do mundo, pode dar origem a uma matéria-prima revolucionária para impressão 3D. O segredo consiste em aditivar o polipropileno biorientado (BOPP) das embalagens descartadas de batatas fritas, nachos e outras guloseimas com partículas de grafeno.

E representa uma das oportunidades identificadas para o mercado do plástico durante visita a centros de excelência tecnológica, em São Paulo, pelo Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás).

Já é a segunda vez em menos de seis meses que o sindicato passa pelo Centro de Pesquisas Avançadas em Grafeno, Nanomateriais e Nanotecnologias da Universidade Presbiteriana Mackenzie - o MackGraphe, onde a novidade foi apresentada quinta-feira (12).

Assim como na ocasião anterior, em novembro passado, o objetivo é detectar e compreender os possíveis impactos do grafeno para a indústria do plástico. 

As possibilidades de aplicações só crescem no setor. Existe a perspectiva de que, em breve, toda a carroceria de um automóvel, que hoje é fabricada em aço, possa ter estrutura de plástico aditivado com grafeno. A substância é mais de 200 vezes mais resistente do que o aço, porém, flexível.

"É uma inovação que contempla três conceitos fundamentais para o futuro de qualquer negócio: sustentabilidade, tecnologia de ponta e altíssimo valor agregado. Percebemos que as pesquisas na Mackenzie estão bastante avançadas. O passo seguinte é dar viabilidade industrial e comercial para que estes novos materiais sejam naturalmente absorvidos pelo mercado”, constata o presidente do Simplás, Jaime Lorandi.

O grafeno possui condutividade térmica mais de 10 vezes superior a do cobre e é o melhor condutor elétrico conhecido pela ciência. O material absorve apenas 2% da luz, portanto, é quase invisível a olho nu. Em um metro quadrado, concentra massa de apenas 0,77 miligramas.

Lorandi e o diretor executivo do Simplás, Zeca Martins, integram a missão organizada pelo Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs) e pela Uniftec, que até esta sexta-feira (13) ainda passa pelo Instituto Mauá, o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e o Centro Tecnológico de São José dos Campos - todos em território paulista. As organizações são referência nacional em pesquisa e desenvolvimento para a indústria 4.0. 

"O Simplás está sempre em busca de novas oportunidades de negócios e conhecimento para seus representados. Muitas delas, já são realidade e estão disponíveis hoje. O que procuramos é identificar e acessar estas aberturas, a fim de trazer maiores condições de competitividade às empresas do setor", conclui Lorandi.

Artur Hugen, com AI/Gabriel Aguiar Izidoro/Fotos: Zeca Martins