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Ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços detalhará programa Rota 2030 em Caxias do Sul

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Com organização do Simplás, Encontro Nacional de Ferramentarias (Enafer) traz Marcos Jorge ao UCS Teatro dia 18 de maio

No setor, o novo programa já se tornou conhecido como o “sucessor do Inovar-Auto”. Na prática, embora mantenha estímulos à indústria automobilística para utilização de conteúdo nacional e pesquisa e desenvolvimento em solo brasileiro, há diferenças em relação ao modelo anterior no texto final do Rota 2030.

A oportunidade de conhecer os detalhes da novidade diretamente com um dos envolvidos na elaboração estará ao alcance dos participantes do 11º Encontro Nacional de Ferramentarias (Enafer). Ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge (foto) estará em Caxias do Sul no dia 18 de maio, para o evento organizado pelo Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás).

A conferência do titular do MDIC no teatro da Universidade de Caxias do Sul (Rua Francisco Getúlio Vargas, 1130 - Bloco M) está marcada para as 13h35. Será uma das atrações na programação que, das 8h às 17h45, debaterá o contexto atual do mercado de moldes e ferramentais e a inovação rumo à Indústria 4.0.

O elenco de palestrantes traz ainda nomes como José Antônio Zara, diretor de ferramentaria da General Motors do Brasil. As inscrições são gratuitas e estão disponíveis pelo site enafer.com.br. As vagas são limitadas.

Pelo mesmo endereço (enafer.com.br) também é possível buscar mais informações, conferir a programação completa e se inscrever na jornada de workshops técnicos que ocorrem na véspera, dia 17 de maio, no UCS Teatro. As vagas, da mesma forma, são gratuitas e limitadas.

O Enafer é o maior fórum nacional de discussões na área de moldes e ferramentais, realizado anualmente, de modo itinerante, entre Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul. A última passagem por solo gaúcho havia sido em 2014, também em Caxias do Sul e com organização do Simplás. O objetivo é traçar um panorama atual e futuro do setor, além de propor e articular ações de fortalecimento para empresas, fornecedores e parceiros. A expectativa para 2018 é de um público especializado de aproximadamente 350 participantes.

“Acreditamos que o ministro Marcos Jorge venha a Caxias do Sul para dar boas notícias a respeito do Rota 2030. Se for contemplado aquilo que se construiu em Brasília ao longo de 2017 e 2018, com ferramentarias, montadoras e governo, ainda que em parte, já seria um horizonte muito melhor”, avalia o presidente da Associação Brasileira de Ferramentais (Abinfer), Christian Dihlmann.

Segundo o dirigente, o setor tem consciência de que dificilmente se repetirão no Rota 2030 as diretrizes de funcionamento do Inovar-Auto. Todavia, há um anseio bastante claro por isonomia frente às condições de disputa verificadas no mercado externo.

“Não queremos agir sem regras, mas quando se permite que outros países o façam e ainda se comprem moldes de lá, a luta fica injusta. O Brasil precisa gerar emprego, mas coloca regras demais, que inviabilizam a competitividade. Concorremos com países que não têm o mínimo respeito pelo meio ambiente, onde as indústrias não têm sequer que atender às normas de um conselho de engenharia e arquitetura. Deste jeito, as empresas brasileiras vão fechando, gerando desemprego e acabando com o poder aquisitivo da população. Se continuar assim, não haverá mercado consumidor interno nem para adquirir os produtos que vêm da China”, adverte Dihlmann.

Projetos incluem recuperação de ICMS e observatório setorial

Dois pontos devem ganhar destaque nas discussões em torno do Rota 2030 durante o Enafer 2018, em Caxias do Sul. São reflexos do encerramento do Inovar-Auto, no ano passado.

Uma frente envolve a chamada Portaria 318, que previa o direcionamento dos créditos de IPI das montadoras para o setor de ferramentaria. A regra tornava possível abater o tributo de todas as cinco fases de produção de um ferramental, praticamente permitindo a compra de molde a custo zero pelas multinacionais. E outra medida estimulava o desenvolvimento de fornecedores com recursos abatidos do IPI. A verba podia se transformar em investimento na modernização de máquinas e equipamentos e capacitação de pessoal.

“São diretrizes do Inovar-auto que gostaríamos de ver mantidas no Rota 2030, mesmo em prejuízo de outros itens, que se tivesse de tirar. Porque contribuem diretamente para deixar o setor mais competitivo”, afirma o presidente da Abinfer, Christian Dihlmann.

O dirigente participou das discussões ministeriais ao lado dos vice-presidentes Paulo Braga (Projetos Especiais e também presidente da Câmara Setorial de Ferramentarias da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos - Abimaq) e Carlos Manoel de Carvalho (Relações Institucionais), com a colaboração do vice de Relações Internacionais, Luiz Albano, e do empresário caxiense José Lorandi, da Indústria de Matrizes Belga. Os pleitos da entidade, contudo, não se restringem ao programa de estímulo à indústria automobilística instalada no país.

“A Abinfer também tem um projeto de recuperação de créditos de ICMS retido das exportações das montadoras, que poderia inserir cerca de R$ 1 bilhão no mercado de ferramentais. E ainda, a proposta de criação de um observatório tecnológico para o comércio exterior. Com este monitoramento, seria possível saber se as empresas beneficiárias de financiamentos públicos e recursos abatidos do recolhimento de impostos estão realmente adquirindo moldes e ferramentas de origem nacional”, conclui Dihlmann.

 Artur Hugen, com Gabriel Izidoro/Foto: Washington Costa / MDIC