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Maggi cobra transparência de empresas para crescimento do agro. E, mais: Proteção e manejo sustentável dominam em Congresso do Solo

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Representantes de 28 associações do agronegócio se reuniram no Mapa nesta quinta-feira para avaliação dos dois anos do programa de desburocratização

Representantes de 28 entidades do agronegócio reuniram-se nesta semana para avaliação do programa de desburocratização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) lançado há dois anos.

Ao final do encontro, o ministro Blairo Maggi fez um apelo para que as associações cobrem dos empresários do setor responsabilidade e transparência nas entregas ao consumidor.

“O tempo do ‘jeitinho’ não existe mais”, advertiu o ministro, lembrando que o Mapa vem implementando mudanças em seus processos para se adequar às exigências dos mercados externo e interno.

Na opinião do ministro, a produção brasileira tem capacidade de dobrar e atender as necessidades dos compradores externos, mas precisa cumprir com os seus compromissos. Ele citou como exemplo o caso da Rússia, que exige a carne suína sem a presença da ractopamina – um indutor de crescimento usado no mundo inteiro, mas não aceito pelo mercado russo.

“Foi feito um acordo entre as empresas privadas dos dois países, sem a participação do governo, para a venda da carne sem a ractopamina, mas alguém não cumpriu e estamos enfrentando problemas com os russos por causa disso”, lembrou. O ministro disse que pelo erro de apenas um empresário todo o mercado brasileiro pode sofrer as consequências.

“O Brasil é grande, é forte no agronegócio, é bom no que produz, mas tem problemas e temos que enfrentá-los com transparência. As associações têm que exigir o compromisso de que todas as empresas vão andar na linha”, advertiu Maggi, garantindo que tem cobrado do ministério a mesma transparência e responsabilidade que está cobrando dos empresários.

A reunião foi coordenada pelo secretário executivo do Mapa, Eumar Novacki, responsável pelo programa. Ele disse que nos últimos dois anos foram realizadas mais de mil entregas ao setor e que a meta até o final do ano é que esse número chegue a 1,5 mil. Novacki, no entanto, disse que, para isso, precisa continuar recebendo demandas das associações. “Esse programa só é possível graças à sinergia entre o ministério e o setor”, observou.

Os representantes das entidades foram ouvidos sobre as mudanças ocorridas no setor, a partir da implantação do programa de desburocratização. A dirigente da Associação Brasileira de Criação de Suínos (ABCS), Ana Paula Vidal, enfatizou alguns avanços alcançados nos últimos dois anos. “Conseguimos desburocratizar processos em sanidade animal o que impulsionou a exportação de genética suína e em 60 dias devemos ver destravadas novas venda para a América Latina”.

Para o presidente da Associação Brasileira de Laticínios (Viva Lácteos), Marcelo Martins, o principal ponto do programa de desburocratização foi a mudança no Riispoa (Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal), ocorrido em 2017, que modernizou a legislação em vigor. Ele disse ainda que espera mudanças em mais oito novos regulamentos, que devem ser publicados até o final deste ano.

Na opinião do presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Pescado (Abipesca), Eduardo Novo, os setores têm enfrentado muitas dificuldades com os bloqueios europeus ao pescado brasileiro, mas disse que as demandas do setor estão encaminhadas e tendem a ser resolvidas pelo Mapa. Já Francisco Medeiros, da Associação Brasileira de Piscicultura disse que o programa de desburocratização ajudou na venda de tilápias, que registrou crescimento de 8% nas exportações no ano passado. “Esse aumento é fundamental para que o segmento alcance o posto de terceiro maior exportador mundial em 2 anos. Hoje o Brasil é o quarto no ranking mundial”.

O representante da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), Bruno Andrade, destacou que o setor quer exportar carne de alta qualidade. “Apresentamos, junto com outras entidades, protocolo ao Mapa para agilizar a discussão sobre a produção e venda de carne de alta qualidade”.

O vice-presidente da Associação Nacional de Ovinos (Arco), Armando Vieira Filho, lembrou que o setor ainda é pequeno, são apenas 25 milhões de ovinos e caprinos no País, que é importador dessas carnes, mas tem grande capacidade de crescimento e que o Mapa, por meio do programa de desburocratização, pode ajudar nesta tarefa.

Proteção e manejo sustentável dominam debate em Congresso do Solo

Evento internacional, sediado no Rio, é realizado pela primeira vez na América Latina

O desafio do equilíbrio entre a proteção da biodiversidade e o manejo sustentável da terra para produção agrícola domina o debate no 21º Congresso Mundial de Ciência do Solo, realizado nesta semana no Rio de Janeiro. O evento, que acontece pela primeira vez na América Latina, e que vai até hoje (17) com o tema “Ciência do solo: para além da produção de alimentos e de energia”, é produzido pela União Internacional da Ciência do Solo, conta com a presença de especialistas de mais de cem países e cerca de 4 mil participantes.

Homenageado com a Medalha Álvaro Barcellos, durante o Congresso, em reconhecimento pela sua contribuição à agricultura e à ciência do solo, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi, destacou em seu discurso o programa ABC, que prevê a integração da lavoura, pecuária e floresta, “responsável por aumento vertiginoso da produtividade”, a preservação de mananciais e de florestas nas propriedades rurais e a coleta de 98% de embalagens que vão para o campo.

O ministro destacou a necessidade que o solo em regiões tropicais tem de introdução de material orgânico para produzir e o papel da Embrapa no desenvolvimento de tecnologia para torná-lo produtivo. Lembrou ainda que o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2018/2019 tem recursos previstos para a recuperação do solo com taxa de 5,25% ao ano. E comentou sobre a importância da troca de informações no evento, enfatizando que todos ganham com isso.

Estande do Mapa no Congresso reúne informações técnicas sobre o Programa Nacional de Solos do Brasil, que tem como objetivo mapear 8,2 milhões de km² do território nacional até 2048. Os dados gerados vão subsidiar políticas públicas no meio rural e nas cidades. A Embrapa, vinculada terá um estande para apresentação de suas tecnologias e avanços na ciência do solo.

Artur Hugen, com Coordenação geral de Comunicação Social/Foto: Divulgação