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Anunciada retomada de Fundo Federal para o Turismo

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Para conhecer a realidade de empreendimentos que têm o enoturismo como foco. Foi realizada uma visita técnica na Don Giovanni, em Pinto Bandeira (RS). A vinícola familiar oferece pousada, restaurante e visita guiada

Linha de crédito disponibiliza mais de R$ 315 milhões para empreendimentos do segmento. "II Seminário "Enoturismo: Oportunidades e Perspectivas de Desenvolvimento" também levou cases de sucesso ligados a hotelaria e gastronomia

A retomada do Fundo Geral de Turismo (Fungetur) foi a novidade apresentada durante o II Seminário "Enoturismo: Oportunidades e Perspectivas de Desenvolvimento". O evento ocorreu, no Salão de Eventos do Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC), no Rio Grande do Sul. Além das linhas de crédito disponibilizadas pelo Governo Federal, foram mostrados os cases "Sucesso com 7 suítes: Paisagem + Cultura + Arquitetura", com a arquiteta Vanja Hertcert, e "Cozinha de Natureza", com o chef Rodrigo Bellora, do restaurante Valle Rustico.

O diretor do Departamento de Ordenamento do Turismo do Ministério do Turismo, Rogério Cóser, anunciou o que chamou de "refundação" do Fungetur como uma alternativa importante para viabilizar investimentos de empreendimentos turísticos. São mais de R$ 315 milhões disponibilizados para implantação, ampliação, reforma ou modernização de micro e pequenas empresas do segmento, com taxa de juros de 6% ao ano, acrescida do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), pela Caixa Econômica Federal. Cóser adiantou que será aberto edital para que outras instituições bancárias possam operar a linha de crédito voltada ao turismo. "Os recursos existem. Precisamos estimular e facilitar o acesso os empreendimentos", resumiu.

O anúncio foi ao encontro de algumas das carências apontadas por ambos os cases do Seminário. Tanto a arquiteta Vanja Hertcert, da Pousada Borghetto Sant'Anna, como o chef Rodrigo Bellora, do restaurante Valle Rustico, apontaram dificuldades para o acesso a financiamentos.

Além de mostrar as necessidades dos empreendimentos, em especial quanto à infraestrutura pública (acessos, sinalização, iluminação, entre outras), Vanja e Bellora apresentaram o que faz da pousada e do restaurante, respectivamente, referências quando se fala em enoturismo na Serra Gaúcha. Localizados no Vale do Vinhedos, os dois negócios têm em comum a integração com a comunidade local, a preocupação com serviços de excelência e a valorização da paisagem e da cultura do vinho.

O gerente de Promoção do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Diego Bertolini, destacou o enoturismo como um dos pilares na construção da imagem do vinho brasileiro. "O turismo de experiência fortalece a relação do público com as regiões produtoras e gera renda para toda a cadeia, desde o produtor de uva, até as vinícolas e os negócios ligados ao enoturismo, como bares, restaurantes e hotéis. É uma atividade que agrega valor ao setor e que deverá se desenvolver ainda mais com a aprovação do Simples Nacional que passa a vigorar em 2018", disse.

O dirigente sugeriu que a terceira edição do Seminário ocorra em outra região produtora, já que as duas primeiras foram realizadas na Serra Gaúcha. Bertolini citou a presença de empresários de regiões como a Campanha Gaúcha, Campos de Cima da Serra, ambas no RS, e da região de Andradas, em Minas Gerais, como exemplo de que tanto a vitivinicultura como a exploração do enoturismo estão se expandindo no país.

A iniciativa foi promovida pelo Ministério do Turismo, em parceria com o Ibravin, e apoiada pela Prefeitura de Bento Gonçalves, pelo Sindicato Empresarial de Gastronomia e Hotelaria (Segh) - Região Uva e Vinho, Associação de Turismo da Serra Nordeste (Atuaserra) e pelo CIC.

 

Artur Hugen, com informações da AI IBRAVIN/Foto: Cassiano Farina