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Bolsonaro e Onyx: reforma da Previdência deve ficar para 2019

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Cenário não é favorável em 2018. Declarações foram feitas no início da semana

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, e o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmaram nesta semana que a reforma da Previdência deve ficar para 2019.

Bolsonaro disse, em entrevista à imprensa no Rio de Janeiro, que não pretende seguir adiante com o projeto proposto pelo presidente Michel Temer (MDB).

“Reforma da Previdência não pode ser apenas olhando número, tem que olhar o social também. O teu trabalho, o meu, é diferente de alguém que mexe com a construção civil, por exemplo. É complicado, mas você tem que ter coração também nesta reforma, não é apenas números”, disse Bolsonaro.

O presidente eleito criticou, ainda, a existência de aposentadorias acima do teto constitucional, no setor público, que fixa como limite o salário dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). “Há aposentadorias que estão aí até acima do teto, excessos de privilégios”, disse. “Tem que começar com a Previdência pública.”

Lorenzoni fez a mesma análise

“O que ouvi da consulta feita a dezenas de parlamentares é que o cenário não é favorável para qualquer tipo de questão relativa à Previdência, num cenário e no modelo que está lá, de emenda constitucional”, afirmou.

Lorenzoni mostrou-se cético mesmo sobre propostas infraconstitucionais, ou seja, por meio de projetos de lei, que não demandam mudanças na Constituição e exigem menos votos para aprovação.

No início da semana, o deputado Pauderney Avelino (DEM-AM) levou uma série de propostas que poderiam ser votadas em 2018 sem a necessidade de se suspender a intervenção no Rio de Janeiro.

“Estão sendo condensadas e foram apresentadas nesta semana, ao futuro presidente para darmos um destino, se vão ser trabalhadas agora ou ficarão para o ano que vem. A tendência é que fique para o ano que vem”, afirmou.

Lorenzoni citou a renovação do Congresso, disse ser necessário “ter a humildade de entender o momento” e defendeu que seja feita uma “proposta duradoura e feita com calma“.

O futuro ministro já defendeu outras vezes que a reforma da Previdência, considerada a mais importante para ajuste fiscal, fique para 2019.

Onyx Lorenzoni visita Rodrigo Maia

Onyx Lorenzoni disse também que fez nesta semana uma visita ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Segundo o futuro ministro, tiveram uma “conversa agradável“.

“Dissemos aquilo que o presidente tem reiterado. O governo não pretende intervir nas definições do comando da Câmara nem do Senado”, disse o futuro ministro.

A relação com Maia e o presidente do Senado, Eunício Oliveira, tem sido alvo de críticas dos congressistas, que reclamam da falta de articulação com deputados e senadores.

Indagado se a equipe de Bolsonaro levou a lista de projetos prioritários que poderia ser votada ainda em 2018, Lorenzoni negou.

“O nosso governo começa dia 1º de janeiro. Qualquer outra atitude poderia ser como prepotência do futuro governo“, disse.

Marcelo Caetano

O secretário de Previdência do Ministério da Fazendo, Marcelo Caetano, reuniu-se nesta semana com Abraham e Arthur Weintraub, responsáveis pela análise do plano de Previdência de Bolsonaro.

Segundo Caetano, a visita serviu para explicar aos especialistas a metodologia do cálculo previdenciário, qual o número de pessoas que deverão se aposentar e quanto isso custará aos cofres públicos no futuro. O secretário evitou dizer se continuará no posto no governo Bolsonaro.

Artur Hugen, com Poder 360/Foto: Video da Camapanha do presidente eleito/Divulgação