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O Encontro do Jornalista João Paulo Borges com o Gênio Rodrigo de Haro

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Rodrigo de Haro e João Paulo Borges em 2018

Era uma sexta-feira qualquer, ensolarada, céu azul anil. Daqueles dias propícios para ficar em alguma praia de Florianópolis, curtindo o calor do verão. Não fosse um encontro tão aguardado, talvez teria sido essa a programação escolhida. A chance de reencontrar e poder conversar por um tempo com o poeta humanista, que “despertou para a vida em São Joaquim”, era única e tinha tudo para ser memorável.

Desde o dia em que o conheci pessoalmente, em junho de 2018, quando do lançamento do livro que conta a sua história, escrito pelo jornalista Moacir Pereira, não esqueci do quanto emocionou-se ao dizer-lhe que eu era de São Joaquim. Desde então, sonho em organizar em nossa cidade natal uma homenagem para ele em vida, como todo grande artista, com uma trajetória invejável e brilhante, merece.

 “Sou o primeiro joaquinense nascido no exterior”, assim Rodrigo de Haro define-se. Embora nascido na França, ele é enfático: “nasci para o entendimento em São Joaquim”. Foi lá que ele lembra de ter tido “uma infância maravilhosa”. Foi na cidade conhecida pelos “encantos mil”, que Rodrigo foi ao primeiro baile da vida, no centenário Clube Astréa, ainda conhecido pelos suntuosos Baile da Neve e de Debutantes.  Tradição que passa de gerações para gerações.

Por quase duas horas, conversamos sobre nossa querida cidade natal, e relembramos de personalidades históricas joaquinenses. Um deles, o avô de Rodrigo de Haro, Antônio Palma, de quem ele guarda com carinho e mostra com orgulho um retrato, com a lembrança de quando foi deputado estadual, na 3ª legislatura da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, entre 1956-1958, eleito pela União Democrática Nacional (UDN). Antes disso, Palma foi nomeado prefeito municipal de São Joaquim, de 1930 a 1931.

Prestes a completar 80 anos, Rodrigo esbanja sabedoria e vontade de viver. “Estou levando a vida com muitos projetos”, diz entusiasmado ao contar da perspectiva de lançamento de três livros este ano. Um deles, Mistério de Santa Catarina, lançado em 1992, será traduzido para o francês.

Sua ligação com São Joaquim é tanta, que ele disse já ter manifestado a família o desejo de ter “seu último repouso”, no cemitério da localidade de São Francisco Xavier, onde acredita que “todos descansam com tranquilidade e paz”. A sobrinha Líbia, que acompanhou nossa conversa, é testemunha do pedido.

Antes deste dia chegar, os joaquinenses têm o dever de reconhecer a história do pintor, poeta e contista que tem uma devoção pela sua mitológica São Joaquim. Sou um mero idealizador desta homenagem e quero vê-la concretizada ainda em 2019.

Da tarde com o mestre, ficaram grandes lições e aprendizado de uma tarde de evocações joaquinenses.

Texto e foto: João Paulo Borges