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Temer devia ter sofrido impeachment junto com Dilma, afirma Alvaro Dias

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Senador Alvaro Dias (PODE-PR)

O então vice-presidente Michel Temer deveria ter sofrido o impeachment junto com a presidente Dilma Rousseff, pois fazia parte do mesmo governo que praticou o crime das pedaladas.

A opinião foi externada pelo senador Alvaro Dias em sessão plenária nesta semana, quando comentou, em pronunciamento na Tribuna, sobre a grave crise política no País. Para o senador, o então vice-presidente também devia ter sido atingido pelo impedimento aprovado no Congresso.

“À época do impeachment, nós denunciamos o fato de que o vice-presidente também tinha participação nas pedaladas, e submetemos inclusive à apreciação do Tribunal de Contas da União. Por que não se instaurou procedimentos para o impeachment também do vice-presidente da República? Aí sim, naquele momento, poderíamos ter tido eleições diretas e não estaríamos hoje mergulhados nesse oceano de dificuldades, de imprevisibilidades, nesse verdadeiro oceano de angústia, de apreensão, de tensão e de ausência de perspectivas de solução satisfatória para recolocar o País nos trilhos do desenvolvimento com normalidade”, afirmou o senador.

Em seu pronunciamento, o senador Alvaro Dias criticou os partidos e os políticos que se omitiram ou se acomodaram com a situação política do País na época do impeachment. Para o senador, é preciso reconhecer que muitos se omitiram, já que sabiam quem era o vice-presidente, e com quem ele se relacionava.

“Esse é um pecado grave na política, o pecado da omissão, o pecado do não saber, não querer ver, enfim, de se acomodar. Há partido que hoje discute se deve permanecer no governo ou se deve deixar o governo, mas por que hoje e não quando o presidente Temer assumiu? Não sabiam quem era o presidente? Quer que a ingenuidade seja a regra nesse País? Exigem demais da nossa ingenuidade. Santa ingenuidade! Não sabiam quem era o presidente Temer e agora discutem se devem permanecer no governo.

O Presidente não mudou, é o mesmo. Os fatos eram anteriores à sua posse e todos sabiam da existência desses fatos. Imaginavam que o Brasil não acordaria para a realidade dos acontecimentos? Discutir hoje se devem permanecer no governo ou se devem sair do governo parece-me uma atitude tardia, temerária e, certamente, oportunista”, criticou Alvaro Dias.

O senador destacou, no Plenário, que a crise política no Brasil está longe de ter uma solução. Além do fato de o presidente da República ter sido denunciado pela primeira vez na nossa história no exercício do mandato, a mudança que surge como solução, de se afastar Temer do cargo para deixar Rodrigo Maia exercer o governo, não solucionaria a crise.

“A crise avança. É possível até que o presidente Temer consiga preservar o seu mandato neste primeiro momento, em razão desta denúncia primeira. Mas será que terá forças para suportar novas denúncias do Procurador Geral da República? Ou será que terá forças para suportar a eventual delação anunciada do Sr. Eduardo Cunha? Será que terá forças para suportar a delação do doleiro Funaro, ou mesmo a delação anunciada do ministro Palocci? Certamente, mais combustível nesse incêndio da política nacional.

E o que é mais triste e lastimável: não há solução urgente porque a substituição do presidente da República não é solução, já que muda apenas o nome da crise. A crise, que hoje se chama Temer, passa a se chamar Maia. Mas o Brasil continua em crise”, afirmou.

Alvaro Dias também abordou, em seu pronunciamento, sobre a questão da antecipação das eleições. Para o senador, esta alternativa não é viável, ainda mais porque necessitaria da aprovação de uma mudança na Constituição.

“Há aqueles que apregoam a antecipação das eleições, mas, para quem olha o calendário e a Constituição, a conclusão é que isso é impossível. E é preciso considerar que não se altera a Constituição do dia para a noite. Portanto, esta é uma solução distante e improvável.

É claro que todos nós gostamos de eleição, gostamos do voto, somos adeptos da eleição direta, mas temos que ter a consciência de que é impossível agora alterarmos as regras do jogo para a realização da eleição direta”, declarou.

Artur Hugen, com informações da Agência Senado e da AI do gabinete do senador paranaense