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SEMANA FARROUPILHA: Eduardo Leite lança obra que mostra a presença negra no gauchismo

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Eduardo Leite discursa no Palácio Piratini( Foto::Itamar Aguiar / Palácio Piratini)

(Brasília-DF, 21/09/2021) Estamos na Semana Farroupilha no Rio Grande do Sul. Nessa segunda-feira, 20, Dia do Gaúcho, o centenário do Palácio Piratini houve o lançamento da obras  “A Matriz da Cultura Negra no Gauchismo”. O evento contou com participação do governador Eduardo Leite e da secretária da Cultura, Beatriz Araujo, e recepção da declamadora Liliana Cardoso, organizadora da obra e primeira mulher negra homenageada como patrona dos Festejos Farroupilhas.

“Este centenário Palácio Piratini tem a referência ao negro nos murais pintados por Aldo Locatelli, levando uma visão sobre o negro a partir do Negrinho do Pastoreio, uma das lendas de Simões Lopes Neto sobre um pequeno menino negro escravo. Mas ela não traduz a participação do negro na nossa história, a interferência vai muito além disso. Por isso, fizemos questão de, nesta Semana Farroupilha que tem uma mulher negra como patrona pela primeira vez, pudéssemos colocar ainda mais em destaque a nossa identidade a partir do que o povo negro nos proporcionou no RS”, afirmou o governador.

Leite ainda lembrou que, desde a semana passada, o Negrinho do Pastoreio sedia a exposição fotográfica "Gaúcho", do fotógrafo Fábio Mariot, que faz um recorte étnico do trabalhador do campo e do ginete, apresentando um gaúcho diferente do imaginário social. Homens negros, de diferentes regiões do Estado, fotografados em sua lida diária, em galpões de fazendas.

“Agora, este livro nos dá o privilégio de no simbólico palácio do governo, que é o espaço onde a gente espera mais do que decisões do governo, que emane para toda a nossa sociedade os desejos da sociedade. E o que a gente quer é a valorização da nossa cultura, dos nossos povos, das nossas diferenças e das diferentes visões, por isso, este lançamento é tão importante”, acrescentou o governador.

Segundo Liliana, existe no RS uma carência de materiais que explicitem a participação e protagonismo do povo negro na construção da identidade regional – “A Matriz da Cultura Negra no Gauchismo” faz esse resgate.

“Normalmente, tem-se em perspectiva a Revolução Farroupilha e o episódio do Massacre dos Porongos, quando uma quantidade expressiva de negros foi colocada em linha de frente e massacrada. Porém, a participação do negro no gauchismo é bastante ampla e se estende em todas as áreas que abarcam hoje o tradicionalismo e o nativismo: dança, canto, declamação e atividades campeiras”, afirmou Liliana.

Ao ser homenageada como patrona dos Festejos Farroupilhas 2021, a declamadora optou por tornar essa gestão um espaço propositivo para a discussão desse tema, que ela considera urgente e central. É a primeira mulher negra homenageada e ela congrega três movimentos: do negro, da mulher e do tradicionalismo.

( da redação com informações de assessoria. Edição: Genésio Araújo Jr)