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Primeiros enólogos da Villa Francioni revivem memórias

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Dilor Freitas, um visionário que trouxe de todo o mundo as melhores cepas para plantar em São Joaquim e deu origem aos vinhos finos de altitude

Degustação histórica na Villa Francioni em São Joaquim, marcou o último o último fim-de-semana, com a visita dos primeiros enólogos da vinícola – Gustavo Gonzales, da vinícola Robert Mondavi (Califórnia – EUA), e Orgalindo Bettu, especialista em vitinicultura na França. Os dois foram selecionados em 2003 pelo fundador da vinícola, o visionário Dilor Freitas.

Gonzales atuou como consultor da Villa Francioni antes da 1ª safra, de 2003 até 2011, e Bettu, de 2003 a 2019. Juntos, eles elaboraram os primeiros vinhos e criaram o portfólio inicial da VF – como os premiados VF Chardonnay, VF Sauvignon Blanc, VF Rosé, Joaquim, Francesco, Villa Francioni tinto, Michelli e Dilor.

Neste encontro, foram degustados mais de 30 rótulos com até 20 anos de idade, surpreendendo a todos pela sua vivacidade e longevidade.

Acompanharam a degustação os enólogos da Villa Francioni de 2004 a 2009, Átila Zavarise, Nei Rasera (enólogo da casa desde 2012), além de Daniela Freitas, (presidente do Conselho da VF) e João Paulo Freitas (ex sócio da vinícola e fundador da Thera) – ambos filhos de Dilor Freitas.

De acordo Daniela Freitas, foi um dia repleto de recordações e emoções. “Pudemos relembrar os primeiros anos de grandes desafios enfrentados pela Villa Francioni, tendo sido a pioneira na elaboração dos primeiros vinhos da Serra Catarinense, numa descoberta de um novo e profícuo terroir.”

"Foi um dia muito especial para permanecer em nossas memórias, sonhos e conquistas. Temos que agradecer por momentos como estes, que fazem a vida valer a pena”, completa Daniela

Dilor Freitas me concedeu honra de longa entrevista em 2003

Fui o primeiro redator de notícias da Rádio Difusora. Iniciei em 1968, na minha terra natal. Acompanhei, a guerra do Vietnã, o Woodstock e tantos fatos que marcaram o fim do século passado.

Fui estudar em Florianópolis e cresci com a influência da Comunicação Social, na vida das pessoas. Único jornalista em Gramado, de 1977 a 1982, nos anos 80 e 90, conheci todo Brasil, com apoio da Varig e do Laje de Pedra. Onde havia grandes eventos de turismo, hotelaria, marketing ou religiosos, lá estava eu realizando reportagens, através das Rádios Excelsior (Gramado); Clube (Canela) e Guaíba (POA), em média, de 3 a 4 vezes por mês (ao vivo), durante mais de 20 anos. E, o povo gaúcho da região entendeu que o turismo era uma industria, que movimentava 56 atividades, gerava milhares de empregos e distribuia renda. A divulgação de Gramado também se estampava em jornais e revistas de todo o país.

Transformamos a cidade: enquanto este jornalista realizava "mesas redondas",  (ao vivo), entrevistando organizadores dos eventos, autoridades de tais cidades e tantos estados, os empresários  de Gramado captavam os eventos para se realizar na serra gaúcha, no próximo ou em anos vindouros. Assim, Gramado se tornou o destino mais visitado, fora as capitais do Brasil.

Claro que minha atuação se estendeu para a região dos vinhedos da serra gaúcha que conquistou destaque internacional em 150 anos. Enquanto, Dilor, desenvolveu a qualidade hoje desfrutada pela serra catarinense, em menos de 40 anos.

Divulgava os eventos da serra gaúcha na serra catarinense e o  mesmo fazia, nos meios de comunicação em que atuei, divulgando os eventos catarinenses. Incentivei muitas iniciativas, como por exemplo, a produção das maçãs, mas foi a produção de vinhos finos que me despertou um interesse fora do comum. Queria saber quem deu o pontapé inicial, como estaria se desenvolvendo a atividade, quem era Dilor Freitas, um empresário de outro setor, que transformou São Joaquim.  

Para mim tudo estava muito perto: Gramado-Manaus-São Joaquim-Gramado. Fui entrevista-lo e logo recebi uma resposta arrebatadora: "Andei pelo mundo para encontrar as melhores cepas de uvas e as plantei neste lugar, fazendo um gesto de 360 graus com suas mãos. Aqui realizei meu sonho: produzir vinhos finos da melhor qualidade". afirmou.

Sinto gratidão, tal a forma como fui  tratado pelo visionário, que me convidou para nos dirigirmos a uma casa de pedras (do Caseiro), pra que não fossemos interrompidos e e ali conversamos por longo tempo.

Também quero registrar que, embora joaquinense, sou um dos pioneiros da moderna cidade de Gramado e região, onde vivi  durante 30 anos.

Hoje, trabalho no Senado da República. E, meu objetivo, de certa forma, vem sendo alcançado com a criação do Ministério do Turismo, com a criação da BR-438 "Rota Turística Caminhos da Neve". Insisto com os parlamentares para que imponham emendas destinadas a concluir a integração serras gaúcha-catarinense.

Estou constantemente no Ministério dos Transportes e DNIT alfinetando para que o governo federal, torne realidade este sonho de conectar os dois maiores polos turísticos do sul do Brasil - Gramado-Florianópolis. Firme continuo a lutar até a batalha final, mas agora a luta não é só minha...

História

Naquele dia, Dilor, me deu uma aula de história e eu perdi a noção do tempo, enquanto ele falava, falava... Ele, viajou por diversos países europeus em busca das cepas que plantou em suas terras, dando maior atenção as plantações de uvas nas encostas do rio Reno, na Alemanha e se estendeu sobre Bordeaux, na França.

O catarinense, natural de Criciúma, continuou sua fala, para o atento ouvinte. Lembrou  que a cidade é famosa em todo o mundo pelos vinhos, sobretudo desde o século XVIII, que lhe proporcionaram uma verdadeira idade de ouro.

Bordeaux está situada perto da costa Atlântica, no sudoeste da França. Em linha reta, dista 500 km de Paris,  É atravessada pelo rio Garona, onde fica a última ponte sobre o Garona, a ponte de Aquitânia. Para oeste, o rio alarga-se no estuário do Garona e só se pode atravessar de barco.

A cidade faz parte da Gasconha,  na fronteira das chamadas Landes de Gascogne. Foi classificada em 2007 como Patrimonio Mundial da Humanidade pela UNESCO que reconheceu o excepcional conjunto urbano que representa.

Dilor Freitas teve a oportunidade de conhecer o projeto (inaugurado em 2016) de uma das principais atrações modernas de Bordeaux. La Cité du Vin (Cidade do Vinho) que foi construída com mais de três mil metros quadrados em diversas áreas temáticas interativas que levam as pessoas a percorrer a história dos primórdios do vinho, relatou.

São mais de duas horas de conhecimento sobre essa bebida que fascina e encanta todos. A visita termina com a degustação de vinho no oitavo andar todo envidraçado que permite a vista em 360 graus da cidade.

Senadores na Villa Francioni

Em outra oportunidade, o visionário que despertou São Joaquim e a serra catarinense para a grandiosidade do seu empreendimento, recebeu na Vinícola Francioni uma comitiva de senadores, liderados pelo então senador Leonel Pavam. Também tive o prazer de participar  deste evento especial. Visitamos as instalações da vinícola, seus prédios, suas galerias e as plantações de uvas.

Em seguida foi servido um almoço, a base de peixe, regado aos finos vinhos de altitude ali produzidos, para o prazer de autoridades e seus raros convidados, em sua residência, no topo da montanha, de onde tínhamos uma visão espetacular.

Da Redação, com Infos: Scarduelli Comunicação - Foto: Jair Sena - La Cité du Vin - Divulgação - Edição: jornalista Artur Hugen

Na Foto abaixo: No brinde, Orgalindo Bettu (E), João Paulo Freitas, Daniela Freitas, Gustavo Gonzales, Átila Zavarise e Nei Rasera

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