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Temporada de festas movimenta o último final de semana do Festival de Cinema

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Fim-de-semana será de badalações e muita festa na cidade mais importante da Serra Gaúcha

Mais que badalado, o Red Carpet Weekend é cinematográfico. Um dos weekends mais desejados do Brasil, o evento acontece até o dia 27 de agosto em Gramado, na Serra Gaúcha, paralelamente ao encerramento do 45º Festival de Cinema da cidade, com a entrega dos Kikitos ao vencdedores da mostra.

Assinado pela agência MAK, Grupo Austral e Grupo Matiz, a edição de 2017 oferece uma programação exclusiva dentro do Hotel Master Premium Gramado. Ao todo, são disponibilizadas 260 suítes, infraestrutura completa e festas badaladas. Tudo localizado a poucos minutos do centro da cidade. Os agitos começaram na quinta-feira (24/08) com todo glamour da Petit Comité Carpe Vita, e encerram nesta sexta-feira (25/08) para o Warung Tour Gramado.

A tradicional Feijoada Austral Stella Artois acontece na tarde de sábado (26/08). Já a noite encerra o evento com todo rebolado do carioca Baile da Favorita, consagrado projeto idealizado pela promoter Carol Sampaio.

Mais sobre as festas

Petit Comité Carpe Vita
É com o Petit Comité, uma versão luxuosa, intimista e exclusiva da Carpe Vita, que o Red Carpet Weekend dá a largada para final de semana que promete fazer história na Serra Gaúcha.
A festa, que aconteceu na quinta-feira, foi criada dentro de um contexto e decoração própria baseada no requinte e charme francês. No line, um especial warm up de Lucas Benetti. Em seguida, o agito segue nos salões do Hotel Master Premium Gramado, com os Djs Mariana Diniz, Vinne e Evokings.

Warung Tour Gramado
O Warung Tour, um dos clubs mais respeitados pelos amantes de música eletrônica preenche a programação do Red Carpet Weekend 2017 na sexta-feira, 25 de agosto.
Reconhecido como templo da e-music, o Warung acaba de completar a sua Europe Tour. Depois de passar por cidades como Berlim, Creta, Londres e Ibiza, agora desembarca na Serra Gaúcha com atrações de peso. Os DJs Piñero, Loulou Players, Gabe e Boghosian foram escalados para fazer essa edição histórica da festa que acontece paralelamente ao encerramento do Festival de Cinema de Gramado.

Feijoada Austral Stella Artois
Tradição na programação paralela do Festival de Cinema de Gramado, a Feijoada Austral Stella Artois chega a sua décima edição em 2017. O evento, conhecido por reunir um público animado para um almoço seguido de balada, acontece no sábado, dia 26 de agosto, dentro da programação do Red Carpet Weekend, no hotel Master Premium Gramado.
Neste ano comemorativo, a gastronomia é assinada pelo chef Aluísio Sabino com curadoria de comida da plataforma Embaixada Gourmet. Nos palcos as atrações tem a missão de não deixar ninguém parado. Os Dj’s Kiko Franco, Rafa Diefentaler, Rodrigo Toigo e Vini Neto live sax foram escalados para animar a festa até o início da noite.
Com uma programação eclética, a feijoada tornou-se em pouco tempo um dos eventos mais esperados da semana em que Gramado respira cinema e ponto de encontro de turistas, baladeiros e artistas. Caio Castro, Arnaldo Jabor, Sheron Menezzes, Giovanna Ewbank, Marcos Palmeira são apenas alguns dos nomes que já curtiram a programação do weekend.

Baile da Favorita

É no ritmo do funk carioca que o Red Carpet Weekend vai fechar com chave de ouro a sua programação 2017. O Baile da Favorita, no sábado, dia 26 de agosto, terá apresentações de MC Marcinho e MC Delano e dos DJ’s Jordana e Wally.
Idealizado pela promoter e socialite carioca Carol Sampaio, o projeto nasceu na escola de samba Acadêmicos da Rocinha e coloca para dançar desde a comunidade dos morros até a elite carioca – além dos turistas que passam pelo Rio de Janeiro.

Resistência do cinema latino-americano foi pauta na terça-feira

Um movimento de cineastas e produtores de cinema de toda a América Latina completa 50 anos em 2017 e será recordado em Gramado. Foi em 1967, no festival de Viña Del Mar, no Chile, que figuras da sétima arte continental como os brasileiros Glauber Rocha e Cacá Diegues e os argentinos Pino Solanas e Gerardo Vallejo se reuniram para debater uma forma de fazer cinema que refletisse a situação política e social da América Latina.

“Foi um momento histórico, que deu início à formação de uma rede de cineastas comprometidos com retratar a realidade de seus países”, recorda a curadora do 45º Festival de Cinema de Gramado Eva Piwowarski, que viveu os acontecimentos daquele momento. Ela contou sua experiência em uma mesa ao lado do estudioso do audiovisual latino-americano, o chileno radicado nos Estados Unidos Pedro Zurita, que vai analisou as conseqüências desse movimento.

O escritor Gabriel García Marquez, por exemplo, que fez experimentos como diretor e roteirista de cinema, criou a Fundação Novo Cine Latino-americano, já nos anos 80, mas como consequência direta dessa reunião em Viña Del Mar. A Escola de Cinema de Havana, em Cuba – com visão de caráter integrador – também foi fruto daquele momento.

O título do debate, que ocorreu às 14h, no Hotel Serra Azul – “Utopia vigente” – revela que as bases do manifesto de 1967 ainda permanecem como bandeiras a serem levadas adiante pelos produtores audiovisuais na América Latina do século XXI.

“Ainda há uma tensão muito forte que envolve o desafio de fazer cinema relevante, de grande alcance, mas que tenha conteúdo ético e estético genuinamente latino-americano. Esse desafio permanece e talvez tenha se ampliado, pois o domínio da linguagem da indústria norte-americana se estendeu inclusive para a nossa produção”, acredita Eva.

Zurita concorda: “Atualmente temos muita tecnologia disponível e qualquer um faz cinema com dois pesos, mas isso não pode substituir a criatividade e o talento”, afirma.
Após o debate, Zurita fez o lançamento de seu mais recente livro, “Road Book del Cine Latinoamericano”, no qual percorre todos os países do continente entrevistando cineastas sobre suas escolhas e reflexões na profissão.

Coletiva com Antônio Pitanga foi na quarta, 23 de agosto

A entrevista coletiva com o homenageado pelo Troféu Cidade de Gramado, o ator Antonio Pitanga, ocorreu na quarta-feira, 23 de agosto, às 17 horas no Museu do Festival de Cinema de Gramado.
Presença constante no Festival, seja como concorrente, jurado, convidado ou simplesmente espectador do evento serrano, o baiano recebeu a homenagem na sessão que iniciou às 19h, no Palácio dos Festivais.

Festival de Havana busca em Gramado acesso aos curtas brasileiros

Com um intercâmbio consolidado com Gramado ao longo dos últimos anos, o Festival de Cinema de Havana aposta, neste 2017, em converter a presença de um de seus programadores na serra gaúcha em uma participação maior de curtas-metragens brasileiros na programação do evento, que ocorre de 8 a 17 de dezembro na capital cubana.

“Estou bastante centrado em acompanhar a programação em Gramado, sobretudo das mostras de curtas gaúchos e brasileiros”, revela o programador de Havana Alberto Ruiz.
O principal festival cubano – um irmão mais novo de Gramado, já que no próximo ano chegará a sua 40ª edição – tem uma janela generosa para os filmes de pequena duração, com competições separadas para curtas de ficção e documentários e ainda uma mostra paralela chamada “La hora del corto”, que exibe produções excepcionais que não chegaram a tempo de entrar na seleção competitiva.

“É uma forma muito interessante de acompanharmos a renovação do cinema; os curtas revelam talentos emergentes”, justifica Ruiz.

O festival está com as inscrições abertas até o final do mês e é possível enviar material pela internet, sem a necessidade de mídia física, explica o programador. Caminhando pelos espaços do 45º festival de Cinema de Gramado, Alberto Ruiz procura encontrar-se pessoalmente com realizadores e convidar a que submetam suas obras para a seleção em Havana: “Há muitos filmes que por alguma razão não chegam ao escritório, não puderam participar da seleção. Então estar em outro festival possibilita assisti-los e ver se é possível leva-los para lá”.

Ele também aproveita para conversar com representantes de outros festivais que estão na serra gaúcha para trocar ideias sobre os eventos de cinema e sobre a própria produção audiovisual latino-americana.“Gramado é um espaço privilegiado em que estás com colegas, agentes de distribuição, com o pessoal criativo e podes estabelecer contatos muito produtivos”, concluiu.

Camila Morgado encara o luto e o renascimento no drama “Vergel”

Não há gênero que a atriz Camila Morgado rejeite ou olhe com preconceito. Aliás, esse seu desprendimento com os gêneros do cinema é consequência natural de uma curiosidade que Camila sempre teve, antes mesmo de migrar do teatro para a telona: a de mergulhar em tudo o que existe de fascinante em qualquer ser humano. “Foi o que sempre interessou: o nosso comportamento, a forma como nos vestimos, falamos, reagimos à vida. É esse meu objetivo como atriz e é isso o que me leva a passear por tantos gêneros”, conta a atriz, que, recentemente se divertiu na comédia “Divórcio”, encarou a tensão no thriller “O Animal Cordial” e mergulhou nos processos de luto com o drama “Vergel” – este último fazendo sua estreia nacional na mostra competitiva de longas-metragens brasileiros do 45º Festival de Cinema de Gramado.

Com “Vergel”, Camila Morgado novamente se entrega ao drama, gênero que construiu sua relação com o grande público. Primeiramente com a minissérie “A Casa das Sete Mulheres”, em 2003, e depois com “Olga”, em 2004, filme de abertura do 32º Festival de Cinema de Gramado, em exibição hors-concours. Interpretando uma mulher sem nome que é levada à beira da loucura por um luto repentino, ela se entrega a um tipo de história que sempre teve o desejo de contar. “O luto nos leva a um estado de suspensão, onde você precisa encontrar o seu próprio tempo para renascer, se recriar, se reconstruir. É um estado muito primitivo. Nunca havia entrado em contato com isso na minha carreira”, afirma a atriz.

Além do tema, o roteiro escrito pela diretora Kris Niklison também incentivou a entrada de Camila no projeto: “A Kris escreveu tudo de forma tão delicada que eu simplesmente me apaixonei, assim como todos os outros envolvidos”.

Uma coprodução Brasil/Argentina, o longa-metragem foi rodado em 45 dias, com baixíssimo orçamento e com a equipe argentina emprestando apartamento e bicicletas para os brasileiros. O que parecia um obstáculo se revelou um ganho, aumentando os laços de união entre os profissionais. “Foi uma delícia, nos apoiamos muito. Éramos uma equipe que ficava junta para fazer de um sonho uma realidade”, revela a atriz.

Retornando ao Festival de Cinema de Gramado após mais de 10 anos, a atriz sente que a celebração dos 45 anos do evento representa mais do que o tradicional encontro entre amigos e profissionais do cinema brasileiro e latino. “É importante o Festival acontecer nesse momento porque a cultura está cada vez mais marginalizada. A cultura faz parte da vida de todo mundo, e por isso deve ser sempre um estímulo. Em tempos de movimentos tão feios da política de direita, o Festival é também um ato de resistência”, defende Camila.

“Vergel” será exibido no Palácio dos Festivais dia 25 de agosto, sexta-feira, a partir das 21h30min.

Já no sábado, será a vez da entrega dos cobiçados Kikitos aos vencedores do 45º Festival de Cinema de Gramado

Artur Hugen, com informações de Rozangela Allves/Melhor do Sul/Fotos: Edison Vara, Diego Vara, Claiton Tielle, Vini Dallaros/PressPhoto/Divulgação