Bancada Sulista

Bancada Sulista

NOTÍCIAS

Lavouras são apenas 7,6% do Brasil, segundo a NASA

Tamanho da letra A+ A-
Blairo fala no Fórum Global para Alimentação e Agricultura, em Berlim, a realizar-se, no período de 18 a 20 de janeiro. E Brasil é o terceiro maior produtor do mundo, mas ocupa a 23ª posição no ranking de exportadores

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, apresentará dados da NASA, agência especial norte-americana, em Berlim, Alemanha, demonstrando que o Brasil utiliza apenas 7,6% de seu território com lavouras, somando 63.994.479 hectares.

O ministro foi convidado para discursar na abertura do painel “Moldar o Futuro da produção animal de forma sustentável, responsável e produtiva”, no Fórum Global para Alimentação e Agricultura (GFFA), a realizar-se durante a Semana Verde Internacional, no período de 18 a 20 de janeiro.

Em 2016, a Embrapa Territorial já havia calculado a ocupação com a produção agrícola em 7,8% (65.913.738 hectares). Os números da NASA datam de novembro de 2017, indicando percentual menor, mas segundo o chefe geral da Embrapa Territorial, Evaristo de Miranda, doutor em Ecologia, é normal a pequena diferença de 0,2% entre os dados brasileiros e norte-americanos.

Os números da NASA, e também os da Embrapa, serão utilizados pelo Ministro Blairo Maggi para rebater a crítica recorrente da comunidade internacional de que os “agricultores brasileiros são desmatadores”. 

O estudo da NASA demonstra que o Brasil protege e preserva a vegetação nativa em mais de 66% de seu território e cultiva apenas 7,6% das terras. A Dinamarca cultiva 76,8%, dez vezes mais que o Brasil; a Irlanda, 74,7%; os Países Baixos, 66,2%; o Reino Unido 63,9%; a Alemanha 56,9%.

Evaristo de Miranda explica que o trabalho conjunto da NASA e do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) fez amplo levantamento com o mapeamento, e o cálculo das áreas cultivadas do planeta, baseados em monitoramento por satélites. Durante duas décadas, a Terra foi vasculhada, detalhadamente, em imagens de alta definição por pesquisadores do Global Food Security Analysis, que comprovaram os dados antecipados pela Embrapa.

As áreas cultivadas variam de 0,01 hectare por habitante – em países como Arábia Saudita, Peru, Japão, Coréia do Sul e Mauritânia – até mais de 3 hectares por habitante no Canadá, Península Ibérica, Rússia e Austrália. O Brasil tem uma pequena área cultivada de 0,3 hectare por habitante, e situa-se na faixa entre 0,26 a 0,50 hectare por habitante, que é o caso da África do Sul, Finlândia, Mongólia, Irã, Suécia, Chile, Laos, Níger, Chade e México.

O levantamento da NASA também dispõe de subsídios sobre a segurança alimentar no planeta, com a medição da extensão dos cultivos, áreas irrigadas e de sequeiro, intensificação no uso das terras com duas, três safras e até áreas de cultivo contínuo. Não entram nesses cálculos áreas de plantio florestal e de reflorestamento, que são as terras dedicadas ao plantio de eucaliptos. No Brasil contaram-se apenas as lavouras.

De acordo com o estudo, a área da Terra ocupada por lavouras é de 1,87 bilhão de hectares. A população mundial atingiu 7,6 bilhões em outubro passado, resultando que cada hectare, em média, alimentaria 4 pessoas. Na realidade, a produtividade por hectare varia muito, assim como o tipo e a qualidade dos cultivos.

“Os europeus desmataram e exploraram intensamente o seu território. A Europa, sem a Rússia, detinha mais de 7% das florestas originais do planeta. Hoje tem apenas 0,1%. A soma da área cultivada da França (31.795.512 hectares) com a da Espanha (31.786.945 hectares) equivale à cultivada no Brasil (63.994.709 hectares)”, explica o especialista da Embrapa.

A maior parte dos países utiliza entre 20% e 30% do território com agricultura. Os da União Europeia usam entre 45% e 65%. Os Estados Unidos, 18,3%; a China, 17,7%; e a Índia, 60,5%.

“Os agricultores brasileiros cultivam apenas 7,6%, com muita tecnologia e profissionalismo”, assegura Evaristo de Miranda. 

As maiores áreas cultivadas estão na Índia (179,8 milhões de hectares), nos Estados Unidos (167,8 milhões de hectares), na China (165,2 milhões de hectares) e na Rússia (155,8 milhões de hectares).  Somente esses quatro países totalizam 36% da área cultivada do planeta. O Brasil ocupa o 5º. lugar, seguido pelo Canadá, Argentina, Indonésia, Austrália e México.

Artur Hugen, com Janete Lima da Coordenação-geral de Comunicação Social do Mapa/Foto/Divulgação

Mapa vai lançar plano para aumentar exportações de frutas

Está previsto para o próximo mês, o lançamento pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) do Plano Nacional de Desenvolvimento da Fruticultura, com o objetivo de traçar uma política e estratégias de ação para o setor visando avançar na qualidade da produção, o aumento do consumo interno e das exportações.

Há expectativa de que o Brasil dobre a produção em cinco anos e aumente em, pelo menos 50%, o volume de exportações em dois anos. O país ocupa a 23ª posição no ranking mundial de exportação de frutas, de acordo com a Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), parceira na elaboração do plano.

De acordo com o assessor da Secretaria-Executiva do Mapa, Ricardo Cavalcanti, “alguns gargalos impedem maior competitividade da fruticultura brasileira, por isso é importante a adoção de políticas de médio e longo prazos, compreendendo parceria público-privada em conexão com as demandas de mercado”. Se consideradas apenas as frutas frescas, os avanços dos últimos 15 anos alcançados pelas exportações brasileiras são pouco expressivas, observa Cavalcanti.

A fruticultura brasileira é uma das mais diversificadas do mundo e a área de cultivo supera 2 milhões de hectares, gerando expressivo resultado em termos de geração de empregos no campo, na agroindústria, em toda a cadeia produtiva, no agroturismo e na esfera de fornecedores de insumos e serviços, além da renda nos mercados interno e externo.

O setor de fruticultura é considerado prioritário no governo, tendo em vista o potencial exportador. O Brasil é o terceiro maior produtor mundial nesse segmento, depois da China e da Índia, mas exporta apenas 2,5% do que produz. Em 2017, as exportações brasileiras somaram 784 mil toneladas de frutas, com divisas de US$ 852 milhões. Esse valor coloca o país atrás de outros países latino americanos produtores de frutas como o Chile (US$ 4 bilhões) e o Peru (US$ 2,4 bilhões).

O plano, elaborado por agentes públicos e privados, está assentado em dez tópicos: 1) Governança da cadeia produtiva; 2) Pesquisa, desenvolvimento e inovação; 3) Sistemas de produção; 4) Defesa Vegetal; 6) Marketing e comercialização; 7) Gestão da qualidade; 7) Crédito e sistemas de mitigação de riscos; 8) Legislação; 9) Infraestrutura e logística; 10) Processamento e industrialização. Participaram do plano associações de produtores, exportadores, processadores e fornecedores de insumos no ramo da fruticultura.

Feijão

Já está sendo elaborado um plano de desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Feijão, no mesmo molde do da Fruticultura. O objetivo é organizar a cadeia produtiva do grão e estimular a exportação do feijão, como o caupi. O lançamento está previsto para março.

Artur Hugen, com Inez De Podestà da Coordenação-geral de Comunicação Social do Mapa/Foto: Divulgação