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Ilana apresenta ações de gênero do Senado na ONU Mulheres, em Nova York

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A diretora-executiva da ONU Mulheres, Asa Regner, recebeu Ilana Trombka

A diretora-geral do Senado, Ilana Trombka, esteve em Nova York, na última segunda-feira (16), para uma série de atividades, entre elas um encontro com a diretora-executiva adjunta da ONU Mulheres, Asa Regner.

Na discussão sobre ações de equidade de gênero, Ilana apresentou o trabalho que o Senado realizando nesse sentido. Mas foi surpreendida durante a conversa ao saber que a entidade já conhecia uma das ações.

— Contei primeiro sobre a experiência do Senado, sobre a questão da cota de 2% dos contratos de terceirização de mão de obra para mulheres em situação de vulnerabilidade por violência doméstica e de todo trabalho que nós estamos fazendo de valorização das lideranças femininas, de valorização das questões de maternidade e primeira infância e do nosso trabalho de tornar o Senado um ambiente completamente livre de assédio.

Mas fiquei bastante surpresa e feliz ao ser informada que a ONU já tinha reconhecido a iniciativa pioneira de nossa Casa, sobre a cota de 2% — relatou.

A diretora-geral disse ainda que aproveitou a oportunidade para iniciar as tratativas para uma possível colaboração no sentido de ampliar as ações do  programa HeforShe (Eles por Elas) no Parlamento, tendo como base programas já implantados em outros países, a exemplo de O valente não é violento.

— Percebi que pensamos todas no mesmo sentido da importância da equidade de gênero. Então, aproveitei e pedi apoio para que pudéssemos avançar, no Parlamento brasileiro, na questão do trabalho com homens vinculados à equidade de gênero — destacou Ilana.

ElesPorElas (HeForShe)

Criado pela ONU Mulheres, entidade das Nações Unidas para a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres, o movimento ElesPorElas é um esforço global para envolver homens e meninos na remoção das barreiras sociais e culturais que impedem as mulheres de atingir seu potencial. Pretende também ajudar homens e mulheres a modelarem juntos uma nova sociedade. Dentro do movimento existem vários projetos, como O valente não é violento.

Segundo a diretora-geral, este último projeto, implantado antes mesmo do HeForShe em outros países na América Latina, serve de inspiração para que o Senado avance no trabalho de equidade de gênero que já vem fazendo, já que o objetivo dele é estimular a mudança de atitudes e comportamentos dos homens, enfatizando a responsabilidade que devem assumir na eliminação da violência contra as mulheres e meninas.

— Durante a conversa, foi relatada uma experiência que existe no Parlamento chileno, que introjetou essa questão da equidade de gênero a partir de um trabalho com homens, dentro da plataforma do HeForShe. Eu fiquei interessada em conhecer mais dessa experiência, e a ONU Mulheres já se prontificou a fazer essa interface. Vamos buscar a continuidade do diálogo para avançar ainda mais na questão da equidade de gênero no Parlamento brasileiro, dentro da questão da administração dos seus servidores, como uma prioridade administrativa — explicou.

Na reunião, Ilana foi indagada sobre a questão da eleição e da participação feminina no Parlamento brasileiro. Ela ressaltou a última decisão do Supremo Tribunal Federal, que trouxe a cota dos 30% do fundo eleitoral para utilização em campanha de mulheres. Falou também da expectativa de que essa decisão leve a uma eleição maior de mulheres para todos os cargos públicos.

— Reiterei que o Senado tem trabalhado de forma pioneira em todas as questões de equidade e sempre apoiado pelas iniciativas da Mesa Diretora que respaldam as ações administrativas da Casa.

O que a gente compartilha é mais poderoso do que aquilo que divide.

A frase acima, escrita na porta de um elevador da ONU, chamou a atenção da diretora-geral do Senado.

— Eu acho que é essa mensagem que a gente tem que trabalhar quando fala de igualdade de gênero. E é isso que a gente veio buscar aqui, uma inspiração, um apoio, um trabalho na igualdade de gênero, no sentido de fortalecimento da participação masculina na luta das mulheres — disse Ilana.

 ONU Mulheres

A ONU Mulheres foi criada em 2010 para unir, fortalecer e ampliar os esforços mundiais em defesa dos direitos humanos das mulheres. Segue o legado de duas décadas do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (UNIFEM) em defesa dos direitos humanos das mulheres, especialmente pelo apoio a articulações e movimento de mulheres e feministas, entre elas mulheres negras, indígenas, jovens, trabalhadoras domésticas e trabalhadoras rurais. São seis áreas prioritárias de atuação:

- liderança e participação política das mulheres;

- empoderamento econômico;

- fim da violência contra mulheres e meninas;

- paz e segurança e emergências humanitárias;

- governança e planejamento;

- normas globais e regionais.

A ONU Mulheres tem sede em Nova Iorque, nos Estados Unidos e possui escritórios regionais em países da África, Américas, Ásia e Europa. Nas Américas e Caribe, o escritório regional está situado no Panamá. No Brasil, o escritório opera em Brasília.

O projeto “O Valente não é Violento” é uma iniciativa dentro da campanha UNA-SE Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, que conta com o envolvimento de todas as agências da ONU e é coordenada pela ONU Mulheres.

A iniciativa convida as pessoas a repensar e transformar os estereótipos, ou seja, as ideias pré-concebidas dos papéis sociais denominados femininos ou masculinos e das crenças sobre o que as mulheres e os homens devem ser ou fazer.

Artur Hugen, com Intranet-Senado-Federal/Foto: Dger/Divulgação