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Zoneamento agrícola da soja deixa Região da Campanha em área de risco climático

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Para o deputado Jerônimo Goergen (Progressistas-RS), efeitos práticos contidas no zoneamento serão aumento de custos de seguro da safra e dificuldades na liberação de custeios

Foi publicada no último dia 20 a Portaria Nº 153/2018, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que define o Zoneamento Agrícola de Risco Climático para a cultura da soja no Rio Grande do Sul.

O levantamento apresenta os elementos climáticos que mais influenciam no desenvolvimento do grão, como precipitação pluvial, temperatura do ar e foto-período.  

Para os sojicultores da Campanha Gaúcha, o estudo trouxe muitas dúvidas, incertezas e críticas. É que o zoneamento agrícola da soja colocou a região numa área de risco climático.

Produtor do município de Dom Pedrito, Cristiano Cabrera destaca que a cultura da soja surgiu como uma excelente alternativa para a falta de rentabilidade da lavoura orizícola. “De uns cinco anos para cá, a soja explodiu em nosso município.

A área plantada passou de 15 mil hectares para algo em torno de 100 mil hectares. Só aqui em Dom Pedrito. Sem falar nos municípios vizinhos, como Bagé e Livramento. É a soja que vinha nos dando sustentabilidade. Agora, entramos numa área de risco e tudo fica mais complicado”, lamentou Cabrera.

Na avaliação do coordenador de Infraestrutura e Logística da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Jerônimo Goergen (Progressistas-RS), os efeitos práticos das informações contidas no zoneamento serão o aumento dos custos de contratação de seguro da safra e maiores dificuldades na liberação de custeios. “É muito preocupante para uma região que enfrenta uma grave crise econômica por conta da concorrência desleal com o Mercosul. A soja surgiu como uma alternativa importante na geração de emprego e renda. O zoneamento pode frear esse crescimento”, alertou. Jerônimo lembra que os últimos eventos climáticos, como a enchente de 2015 e a estiagem de 2017, atingiram o Rio Grande do Sul como um todo. “O risco climático é inerente à atividade agrícola. Acredito que estigmatizar uma região pode ser um erro estratégico para nós mesmos”, ponderou o parlamentar.

Artur Hugen, com Apolos Paz/AI/Gabinete/Foto: Divulgação