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Moro afirma que esquema de Richa não era ‘crime trivial’

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Juiz fala em ‘complexas operações’

O juiz federal Sérgio Moro afirmou em despacho que existem provas suficientes para justificar as buscas da operação Piloto, a 53ª fase da Lava Jato, na residência do ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB). Richa foi preso nesta 3ª feira (11)

Para o juiz, o esquema de corrupção que teria acontecido na gestão do tucano “não se trata de um crime trivial”.

Segundo Moro, trata-se de “complexas operações de lavagem [de dinheiro] em esquema criminoso que transcende o produto do crime de corrupção em questão”. “O contexto não é de envolvimento ocasional em crimes de corrupção, mas da prática de crimes de grande corrupção e de complexas operações de lavagem de dinheiro”.

A operação investiga o envolvimento de funcionários públicos e empresários com a empreiteira Odebrecht no favorecimento de licitação para obras na rodovia estadual PR-323, em 2014. A obra foi contratada por R$ 7,2 bilhões.

O juiz afirma no despacho que as investigações “apontam o pagamento de, pelo menos, R$ 3,5 milhões para direcionar licitação em favor do Grupo Odebrecht, com utilização de sofisticado sistema de ocultação e dissimulação do produto do crime, inclusive com utilização de contas secretas no exterior”.

Prisões

No despacho, o juiz federal determina a prisão de Deonilson Roldo, ex-chefe de gabinete de Richa no governo do Paraná, e de Jorge Atherino, empresário acusado de ser 1 dos operadores do recebimento de propinas do ex-governador. Os 2 foram detidos nesta 3ª.

“Há, conforme análise já efetuada, prova suficiente de materialidade e autoria de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, sendo que, em relação a Deonilson Roldo e Luciano Ribeiro Pizzato [delator do esquema], também há provas de autoria em relação ao crime de fraude à licitação”, destacou.

Artur Hugen, com Poder 360º/Agência Brasil/Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr