Bancada Sulista

Bancada Sulista

NOTÍCIAS

Seminário apresenta desafios e perspectivas da inteligência prisional e socioeducativa

Tamanho da letra A+ A-
O Seminário de Inteligência Prisional e Socioeducativa em Florianópolis

O Seminário de Inteligência Prisional e Socioeducativa, promovido pela Diretoria de Inteligência da Secretaria de Justiça e Cidadania (SJC), nesta sexta-feira, 3, em Florianópolis, reuniu as principais autoridades da área e consolidou-se como um importante espaço para o debate e construção do conhecimento multidisciplinar para o enfrentamento do crime organizado.

O secretário da Justiça e Cidadania, Leandro Lima, destacou a importância da integração do serviço de inteligência envolvendo as instituições de segurança pública, respeitando as especificidades de cada uma delas. “Essa troca de saberes permite que se tenha uma visão ampliada do crime organizado e, desta forma, possamos transformar conhecimento em inteligência e isso vai fazer a diferença”, disse Lima.

Ele ressaltou ainda que há uma demanda altíssima do sistema prisional em função do aumento do encarceramento, porque a sociedade catarinense está vivendo um novo momento. “Apenas nos primeiros 100 dias de janeiro foram feitas cerca de mil prisões em Santa Catarina. Para se ter uma ideia do que isso representa, em 2011 ingressavam, em média, três presos por dia no sistema. Ano passado esse número subiu para 7,5 e, neste ano, a média dos primeiros quatro meses está em 9,7 presos/dia. Em contrapartida, temos uma queda expressiva nos índices de violência.”

Outra atividade destacada foi a qualificação dos servidores da SJC, por meio dos cursos realizados pela Academia de Justiça e Cidadania (Acadejuc, que desde 2011 soma 14 mil formações. “O treinamento, a atualização constante dos agentes são fundamentais para que tenhamos uma pronta resposta em situações de crise.”

Atividade Laboral também foi destaque

A oferta de trabalho e de ensino também é um diferencial do sistema prisional de SC, que atualmente tem cerca de 31% dos internos trabalhando nas unidades. “Temos claro qual é a nossa missão, que é custódia legal do preso, porém é importante a oferta de trabalho e ensino para os detentos como estratégia de segurança. Ajuda a distensionar o sistema.”

Secretário da Segurança Pública, comandante da PM e presidente do Conselho Superior de Segurança Pública, o coronel Araújo Gomes fez uma análise sobre a queda dos índices de criminalidade, a partir de estratégias de monitoramento, prevenção e rápida resposta. “A capilaridade da PM nos dá agilidade e permite que uma área seja rapidamente saturada e controlada”, observou.

A diretora da Dinf, a agente penitenciária Cristiane Aparecida Nascimento, propôs uma reflexão sobre o papel da inteligência na atividade penitenciária e de segurança pública e a importância da integração. “Tenho plena convicção que todos nós aqui escolhemos o lado do bem e que por isso pouco importa nosso vínculo com a instituição A ou B; se somos agentes penitenciários, policiais, bombeiros, membros do TJ, MP. Nosso compromisso é um só: servir e proteger as pessoas de bem que compõem a sociedade catarinense e o restante do Brasil.”


Cristiane lembrou que o compromisso das agências de inteligência é vigiar, identificar e neutralizar para proteger o bem. “Então façamos o bem junto, o bem verdadeiro, que é livre de vaidades e desprovido de egoísmo.”

O evento faz parte do 4° curso de Inteligência Penitenciária e Socioeducativa e contou a participação dos seguintes palestrantes: secretário da Segurança Pública e comandante da PM, coronel Araújo Gomes; secretário da Justiça e Cidadania, Leandro Lima; diretor do Sistema Penitenciário Federal, Marcelo Stona; superintendente Estadual Substituto da Abin, Nelson Ismar da Silva Júnior; coordenador de Inteligência e Segurança Institucional do MPSC, Rui Carlos Kolb Schiefler, diretor de Inteligência da SSP, delegado Antônio Alexandre Kale e o diretor do Dease, Zeno Tressoldi. Também participaram do seminário representantes da Polícia Civil, do Exército Brasileiro, do Sistema Prisional e Socioeducativo, Ministério Público, entre outras instituições.

Artur Hugen, com, Secom/GSC/ Foto: Divulgação / SJC