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Logística reversa é tema de debate no MMA

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Dione Manetti, da Associação Nacional dos Catadores, "gastar muito tempo buscando o modelo ideal pode não levar a lugar algum"

O Ministério do Meio Ambiente promoveu na tarde de ontem, na sede do Ministério do Meio Ambiente, um debate com representantes dos setores ligados à gestão de resíduos sólidos para buscar soluções para os problemas do setor.

O ministro Ricardo Salles, que presidiu o debate, disse que a ideia do encontro era fazer uma ampla discussão sobre a realidade e desafios das políticas de gestão de resíduos e principalmente sobre logística reversa.

“Precisamos encontrar um caminho, mas um caminho que respeite a economia e a viabilidade logística, mas, por outro lado, não deixe que a limitação financeira nos impeça de avançar”, disse Salles.

Segundo a Pesquisa Básica de Informações Municipais – Munic/IBGE do ano base 2017, são coletadas diariamente 166 mil toneladas de lixo por dia. Mas apenas 25% das cidades brasileiras têm coleta seletiva.

Dione Manetti, que falou em nome da Associação Nacional dos Catadores, elogiou a iniciativa e salientou que é fundamental a contribuições do setor que representa para a busca de soluções.

Segundo ele, pesquisas mostram que 80% dos resíduos recicláveis recuperados no Brasil vêm diretamente das mãos dos catadores. “Sei que é difícil chegar a um consenso, mas, se gastarmos todo o tempo em busca de um modelo ideal, não chegaremos a lugar algum”, alertou ele.

A mesma opinião compartilha o presidente executivo da ReciclaAnip, Klaus Curt Muller, organização que coleta pneus usados em todo o Brasil e que, só no ano passado, segundo dados próprios, coletaram 408 mil toneladas de resíduos do produto.

Muller alerta que o elo mais frágil na logística é o município. Uma vez que cabe a prefeitura o armazenamento do resíduo, antes da destinação final, sem nenhum tipo de contrapartida. “Assimetrias assim acabam comprometendo todo funcionamento da cadeia”, completa.

Próximo passo 

Ao final do debate os representantes dos setores se comprometeram a iniciar um debate interno para, daqui a três meses, voltar para uma segunda rodada de discussão, onde propostas de ações deverão ser decididas consensualmente.

Ascom MMA/Foto: Rubens Freitas