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MAIOR ECONOMIA DA EUROPA: Inflação de setembro na Alemanha chega a 10%,

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Imagem do Banco Central Alemão( foto: Arquivo)

(Brasília-DF, 13/10/2022) O Departamento Federal de Estatística (Destatis) da Alemanha confirmou nesta quinta-feira,13,  que a taxa de inflação anual no país que vem a ser a maior economia da Europa atingiu a marca de dois dígitos pela primeira vez desde o início dos anos 1950. Os preços ao consumidor, que subiram 10% em setembro em comparação com o mesmo mês do ano passado, foram impulsionados pela alta dos preços da energia e dos alimentos.

Os dados preliminares que haviam sido anunciados no final de setembro foram confirmados, hoje. Em agosto, o Destatis registrou uma inflação anual de 7,9%. A alta para 10% foi, portanto, uma elevação drástica do índice.

"As principais causas para a alta inflação continuam sendo os enormes aumentos dos preços de energia", afirmou Georg Thiel, presidente do Destatis. "Mas também estamos observando cada vez mais aumentos de muitas outras mercadorias, especialmente dos alimentos."

Segundo os economistas, os consumidores terão que se ajustar a taxas de inflação mais altas, já que muitas empresas pretendem repassar custos mais elevados para seus clientes nos próximos meses. Já o governo federal espera um alívio no próximo ano como consequência de um freio sobre os preços do gás natural para indústrias e consumidores domésticos.  

As altas taxas de inflação corroem o poder de compra dos consumidores. Durante meses, a energia e os alimentos têm sido os maiores vilões do aumento de preços.

"Além disso, o fim do bilhete mensal de 9 euros e do subsídio para combustíveis pressionou a alta dos preços em setembro", disse Thiel. Ambas as medidas tiveram validade até agosto, e os governos federal e estaduais negociam atualmente um sucessor para o tíquete mensal de 9 euros, válido no transporte público nacional entre junho e agosto.

Energia subiu quase 44% em um ano

Os consumidores tiveram que pagar 43,9% a mais pela energia em setembro do que há um ano. O óleo de aquecimento dobrou de preço (+108,4%), e o gás natural aumentou 95,1%. Os preços da eletricidade subiram 21%.

Já os alimentos registraram uma alta de 18,7% em um ano. Principalmente gorduras e óleos comestíveis – bem como produtos lácteos e ovos – ficaram consideravelmente mais caros. Em comparação com o mês anterior, os preços ao consumidor na maior economia europeia subiram 1,9% em setembro.

Excluindo o peso da energia sobre a inflação, a taxa de inflação anual teria sido de 6% em setembro; e, excluindo energia e alimentos, de 4,6%.

A taxa de 10% registrada em setembro é a maior variação anual e a primeira vez que o índice fica em dois dígitos desde os 10,5% de dezembro de 1951. A principal causa para a alta de preços continua sendo a guerra na Ucrânia, que tem elevado os preços de energia, mas também de matérias-primas e alimentos.

Para ajudar consumidores e empresas a lidarem com a escalada de preços de energia, o governo alemão anunciou um pacote de até 200 bilhões de euros.

De acordo com as previsões do Ministério da Economia, o freio contra o aumento da energia irá amortecer a subida dos preços ao consumidor no próximo ano. O governo federal espera uma taxa de inflação média de 8% para 2022 e de 7% no próximo ano.

Para 2024, o governo federal calcula uma inflação de 2,4%. Ao apresentar a previsão do governo nesta quarta-feira, o ministro do Clima e da Economia, Robert Habeck, se referiu ao aumento das taxas de juros na Europa. "Certamente elas irão funcionar", frisou.

Além disso, os preços da energia – o principal vilão da alta da inflação – provavelmente diminuirão em 2024 devido à ação do governo e à expansão da oferta.

As taxas atuais de inflação nunca foram vistas na Alemanha desde a reunificação. Na antiga Alemanha Ocidental, taxas de 10% ou mais foram vistas no início da década de 1950, mas o método de cálculo da inflação mudou ao longo do tempo.

Poupança: 25% pararam de economizar

As taxas de inflação mais altas reduzem o poder de compra dos consumidores, de modo que conseguem comprar menos com um euro do que antes. A inflação na Alemanha já atingiu quem poupava: de acordo com uma pesquisa da YouGov, um em cada dois (53,9%) não consegue atualmente economizar dinheiro por causa do aumento acentuado nos gastos, por exemplo, com energia, que está consumindo o orçamento doméstico.

Segundo a sondagem, quase 25% das pessoas pararam de poupar, porque a renda atual apenas cobre as despesas mensais. Mais de 10% (11,1%) já tem despesas mais altas para arcar do que a renda disponível e, portanto, não consegue poupar dinheiro.

"Os preços crescentes sobrecarregam os consumidores de uma maneira tão forte que um em cada duas pessoas teve que reduzir sua poupança ou até mesmo interrompê-la. Isso afeta não apenas aqueles de baixa renda, mas também os de renda média", afirmou Ulrich Stephan, estrategista-chefe de investimentos do Deutsche Bank. "Um número crescente de poupadores não tem mais fundos para investir de forma permanente."

 (da redação com informações e textos da DW, DPA, Reuters, EFE, ots. Edição: Genésio Araújo Jr.)