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Formação de um novo ciclone extratropical entre, hoje e amanhã, aumenta tensão no sul do Brasil

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Para se ter uma ideia, as inundações subiram tanto que atingiram o telhado de um prédio de dois andares

Subiu para 39 o número de mortos após as fortes enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, conforme balanço divulgado pela Defesa Civil Estadual. O informe aponta que 79 municípios gaúchos são afetados pela chuva, contabilizando 2.504 desabrigados e 3.575 desalojados. Desde o início dos trabalhos das autoridades no Estado, 2.745 pessoas já foram resgatadas. 

A formação de um novo ciclone extratropical no sul do Estado avança para o mar entre hoje e amanhã, e vai auxilia a formação de uma frente fria que sobe para o sudeste, trazendo muitas chuvas e alagamentos.  ao todo já foram seis ciclones, desde o dia 15 de julho, o risco é de novos deslizamentos que já atingiu mais de seis mil pessoas e 79 municípios no RS, as fortes chuvas levaram muitas pontes, inclusive na serra gaúcha e estradas ainda estão bloqueadas com grande umidade.

As tempestades e rajadas de vento devem continuar causando transtornos à população durante o restante da semana. A previsão do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) indica risco de mais inundações, alagamentos, e deslizamentos de terra.

O Estado todo está em estado de alerta máximo e cidades como as da região do vale do Taquari é que mais sofrem com o fenômeno, falta, remédios, comida e desolação total. Casas foram arrancadas, carros foram arrastados, comércio arrasado, hospital e farmácias em Roca Sales destruídos. Para se ter uma ideia, as inundações subiram tanto que atingiram o telhado de um prédio de dois andares.

Além dos três helicópteros do governo do Estado, as operações contam com o apoio de aeronaves do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, do Exército, da Força Aérea Brasileira, da Marinha, da Polícia Militar de Santa Catarina e da Polícia Rodoviária Federal, Com isso, o total de helicópteros empregados nos resgates chega a dez.

Mais de 900 servidores do Estado estão empenhados em auxiliar a população atingida. O Instituto-Geral de Perícias (IGP) conta com 30 servidores para perícia e identificação de vítimas, além disso, é responsável pela confecção de documentos de identificação. 

As inundações provocaram destruição em infraestrutura, o que dificulta a locomoção das equipes e dos moradores. Pistas ficaram alagadas em função do transbordo dos rios. Houve queda de barreiras, e as fortes chuvas levaram pontes, cabeceiras de pontes e deslizamentos. A Secretaria de Transportes e Logística, por meio das equipes do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) e da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), trabalha para desobstruir as rodovias o mais rápido possível, para que os artigos de primeira necessidade possam chegar aos municípios mais atingidos pelas chuvas. 

A equipe da Sala de Situação e do Centro de Operações da Defesa Civil estadual seguem monitorando a cheia dos rios e emitindo alertas à população quando potenciais fontes de risco são identificadas.

O Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite decretou estado de calamidade pública nos municípios afetados pelas chuvas intensas. A ação vai possibilitar compras, obras públicas emergenciais e garantir formalizações de recursos federais para os atingidos.  Depois de desembarcar em Caxias do Sul, a comitiva do Governo Federal, seguiu, de helicóptero, para Lajeado, e sobrevou os municípios de Muçum, Roca Sales, Encantado e Santa Teresa.

Após sobrevoar áreas atingidas, Leite definiu o cenário de destruição no Vale do Taquari como devastador. “Vimos comunidades totalmente submersas. É desolador, há muita destruição. Tive de segurar o choro em alguns momentos. E sabemos que mais mortes podem ser constatadas. Essa situação dói e nos toca. Mas devemos nos manter firmes para dar todo o suporte à população”, disse o governador.

“Uma tragédia sem precedentes no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Transmito nossa solidariedade e peço muitas forças de Deus para as famílias atingidas, especialmente pelas 39 mortes já registradas", disse o ministro do MDS, Wellington Dias. "Nossas equipes, integradas com as do Estado e de outros ministérios, inclusive o de Comunicação, gaúcho Paulo Pimenta. Wellington Dias, disse que “estamos acompanhando e fazendo atendimentos emergenciais em toda a região sul, trabalhando em conjunto com os estados e municípios", acrescentou.

Uma equipe da Defesa Civil Nacional está dando apoio às prefeituras nos pedidos de solicitação de situação de emergência e de repasse de recursos. O Ministério da Defesa, por meio do Exército, disponibilizou botes para resgate de pessoas que estão em áreas alagadas. Com apoio do Ministério da Justiça, também há helicópteros para as ações de salvamento.

A partir da situação de emergência ou calamidade pública reconhecida, o MDS adota uma série de medidas para atender a população afetada, tais como:

- Unificar o calendário de pagamento do Bolsa Família, que em setembro tem início na segunda-feira (18.09);

- Antecipar uma parcela do Benefício de Prestação Continuada (BPC), que corresponde a um salário mínimo, e caso o beneficiário solicite, antecipar outra parcela, que podem ser reembolsadas em até 36 meses, sem juros ou encargos;

- Repassar recursos extraordinários para a rede de assistência social, que realiza o serviço de apoio e proteção à população com a oferta de alojamentos provisórios, atenções e provisões materiais, conforme as necessidades detectadas;

- Enviar cestas de alimentos;

- Destinar recursos pelo Fomento Rural, no valor de R$ 4,6 mil, a pequenos agricultores que tiveram perda na produção, dentre outras.

"Com os decretos de calamidade, urgência e emergência, garantimos o auxílio aos desabrigados e o envio de cestas de alimentos para socorrer as pessoas atingidas nas cidades e no campo. Outras medidas estão sendo trabalhadas em parcerias com a Defesa Civil Nacional, e conforme planos de trabalho dos estados e municípios", explicou o ministro Wellington Dias.

As fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul e Santa Catarina desde o último domingo (3.09) são consequência de uma frente fria causada por um ciclone que se instalou no oceano, perto da região Sul do Brasil.

De acordo com o Cemaden, a frente fria agora segue para a região Sudeste. Entretanto, mais chuvas fortes são esperadas até a próxima sexta (8.09) no Rio Grande do Sul, com risco alto de inundações, alagamentos e deslizamentos de terra nas áreas afetadas.

Da Redação, com Assessorias de Imprensa – Fotos: Maurício Toneto-Secom-RS e Mauro Scherer-CP- Edição por repórterarturhugenbrasil